domingo, 30 de outubro de 2011

Por favor, venha


Porque se você não vem é como se o tempo fosse passado em branco, como se as coisas não chegassem a se cumprir porque você não soube delas. Tudo dói, e eu já nem sei mais para onde ir nem o que fazer, se ao menos você me amasse um pouco, não estaria aqui agora, neste bar, sozinho, longe de você e de mim. 
E se você vem, fica tudo maior, mais amplo, sei lá, é como se eu existisse dum jeito mais completo, compreende? talvez eu tenha chegado a humildade máxima que um ser humano pode atingir: confessar a outro ser humano que precisa dele pra existir.

Caio Fernando de Abreu

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