quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Progresso.



Não superei, mas aceitei.

Que sabe enganar, engana qualquer um.



Mas Zé, quem finge sorrisos, pode vir a fingir sentimentos.

Silas Tosta

Prisão da alma.




Eu estive há tempos presa em alguém que nunca me deixou partir, não porque me amava, não porque havia um laço que nos prendia, mas as decepções que eu sofri me fizeram guardá-lo dentro de mim, pra sempre, até hoje. Hoje eu sofro calada, escondida, angustiada, ando me refugiando, odeio dar justificativas para alguém sobre o “por quê?” do meu choro, eu gosto de chorar quietinha, ninguém além de mim e de Deus precisa saber o motivo do meu choro, o motivo da minha dor, da minha saudade, da minha angustia. Eu odeio demonstrar fraqueza, eu gosto de mostrar para o mundo que eu posso ter uma dor enorme, uma faca enorme enfiada contra o meu peito, mas que mesmo assim eu consigo carregar outros milhares de problemas nas minhas costas. Eu sou forte, eu sei que sou… mas o pouquinho de dor que trago em mim cada dia aumenta e se transforma numa ferida enorme que me exige uma força enorme e eu não tenho tudo isso dentro de mim, meu Deus! Como eu necessito de mais um pouquinho de força, só mais um pouco, só mais um pouquinho para aguentar todo o caminho que eu ainda tenho que percorrer para encontrar alguém que valha a pena e que dê valor ao meu sorriso. Eu até tinha escolhido não sentir mais nada, por ninguém, mas sempre entra alguém no meu caminho, sempre, não tem como, mas sempre entra a pessoa errada. Eu estive prometendo a mim mesma ser feliz há tempos e olha só o que me deu hoje, uma tristeza repugnante, do nada, sem fim, uma vontade de chorar rios e mares, de colocar toda essa merda de sentimento pra fora com palavras na cara da pessoa que fez com que eu criasse essa ferida enorme no meu peito, mas eu não posso, porque a lágrima sempre escapa e a vontade de estar perto também, de dizer um oi, dar um abraço, um beijo… dois, três, quatro, cinco beijos, o tanto que fosse capaz de cicatrizar essa ferida que dói, que aperta do momento que eu acordo até o que vou dormir. Mas eu não posso, não, não, não. Tudo passa e isso logo vai passar também. Mas eu quero te lembrar sempre, fazer o que, tudo marca e você deixou marca na mente, no coração, na boca… na vida. Você marcou decepção e amor e tristeza e ódio e uma vontade de te ter sempre mais, mas eu não posso, eu não me permito sentir sua falta! Não me permito mais chorar com lembranças ridículas suas… nossas. Se você fosse bom mesmo, estaria aqui do meu lado agora, me esquentando nesse friozinho em que todo mundo precisa e quase todo mundo tem alguém, mas você tá longe aí, esquentando e fazendo outra pessoa sorrir e eu aqui, só querendo você e quanto mais eu te quero perto, mas te permito e peço a Deus que te afaste e que cicatrize essa ferida, que te tire da minha mente, não quero mais lembranças suas, eu não quero te ver nas ruas, em fotografias, não quero ler nomes como o seu, nem ver rostos que me lembre do seu… eu mereço ser feliz e saudade não traz felicidade pra ninguém, meu passado me desmorona, mas meu futuro está tratando algo que o revele e me mostre o quanto vale mesmo a pena se decepcionar para crescer e entender que dá tristeza logo traz a felicidade, e que depois da chuva que vira tempestade pode sim aparecer o sol e o arco-íris.
— Necessitei desabafar, jogar mágoas e saudade pra fora… 

Ana Martins 

Coragem é mais complexo do que parece.




"Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."



Quase




Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economi
zar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal

A ordem natural das coisas.



“Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que não podem ser ajudadas.
Tem que acontecer de dentro para fora.”

Rubem Alves

Buraco




Não tem mais bagunça na sala e nem sua meia soltando pelinhos pretos que parecem terra. Hoje vou conseguir me esparramar bastante na cama e dormir, dormir, dormir. Vou poder ver coisas leves na televisão e não passar mais mal com seus jornais cheios de desgraça. Não tem mais você me fazendo comer o doce com licorzinho. Sobrou um buraco triste entre o sofá e a planta. Não tem mais seu secador de cabelo que me fazia sorrir como só as pessoas que sentem muita paz conseguem. E você pra contar mais umas das 500 histórias que me fizeram, pela primeira vez, não querer tanto ocupar a vergonha de gostar com minha voz. Não tem sua euforia, a cordinha da alegria na qual você se agarra porque tem medo do que passa abaixo dos seus pés. Não tem mais seus olhos arregalados além do susto, me pedindo que a gente se divirta, que a gente consiga porque, afinal, a vida não anda das mais fáceis pra você e você, sempre como um touro, tenta e consegue tudo. Olhos tão arregalados pra devorar, como um predador, pra se dar, pra correr atrás do que mata tanto desejo, pra conquistar o mundo com uma força que me faz ficar horas te olhando quase sem ar. Mas um pouco cego pra momentos cruciais de delicadeza e interpretação. Os vencedores são mesmo um pouco egoístas e apesar de você ter me visto tanto e feito tanto e sido mais do que tanta gente que tentou bastante, é claro que a luz principal você deve guardar para o seu caminho que eu tenho certeza que será maravilhoso. Olhar com amor requer um tempo que pessoas de passagem não podem e não devem ter e eu, em vão, tentei ser aquele maluco da plateia que agarrou o corredor rumo ao pódio solitário.
Você está certo em exibir ao mundo tantos dentes e tão brancos. Eu é que estou errada quando paro um pouquinho para olhar com tristeza esses sustos do amor. Não tem mais você tirando sarro quando eu não aguentava a dor no peito e te dizia no escuro que era mais ou menos amor mesmo. Porque era. Porque é. Se você soubesse o estado que estou agora, zumbi, pegando detalhes seus por aqui, e doendo tanto que nem sei mais por onde começar. Eu não aguento mais começar. Queria tanto continuar. Não sei, não aguento, ainda não posso, mas queria continuar.
Alguma coisa deu errado em mim, eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca. Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre. Eu não sou louca, eu só não tenho pele pra proteger e quando você toca em mim eu sinto seus dedos e olhos e salivas deslizando por todos os meus órgãos. E você não precisa entender o medo que isso dá, mas talvez um dia possa ter carinho.
Ao final sobro eu aqui, nem doar sangue eu posso porque não tenho tamanho, com medo das horas, dos sons, dos meus ossos. Se você pudesse ver agora, tão pequena, tão desesperada, tão apaixonada, você me diria tantas coisas horríveis de novo? Se você visse como flutuo pela casa sem conseguir pisar no chão porque dói demais você não estar aqui, você diria novamente que eu peso demais?
Me perdoe pelos meus mil anos à frente dos nossos segundos e pela saudade melancólica que eu senti o tempo todo mesmo sendo nossos primeiros momentos. Pelo retesamento na hora de entregar. Pela maneira como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e será só minha e que eu sempre suporto mas quando sinto amor fico achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me desculpe por eu ter querido tanto ficar bonita e perfeita e só ter conseguido olheiras e ossos. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento. Ou senti sem pensar e isso pra mim é como meus medos das drogas e então precisei roubar a chave do carro do seu bolso pra me proteger de não olhar mais uma vez você e nunca mais voltar pra casa. Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo que é amar alguém. Me perdoa por eu querer de uma forma tão intensa tocar em você que te maltrato. Minha mão acostumada com um mundo de chatices e coisas feias fica tão gigante quando pode tocar algo lindo e puro como você, que sufoca, esmaga e estraçalha. Me perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma.
Enfim. Cansei de pedir desculpa por quem eu sou. Cansei de ouvir de todo mundo como é que se trabalha, se ama, se permanece, se constrói. Eu tentei com todas as forças amar você e agora sofro com todas as forças pelo buraco que ficou entre o sofá e a planta e o meu coração. Você vai embora e eu vou voltar para as minhas manhãs com o iogurte que eu odeio mas que é a única coisa que passa pela garganta quando o dia tem que começar. Vou voltar para aqueles e-mails chatos de pessoas que eu odeio mas que pagam esse apartamento sem você. E ficar me perguntando de novo para quem mesmo eu tenho que ser porque só tem graça ser para alguém. E que se foda o amor próprio.
Você me disse e me olhou de formas terríveis mas o que sobrou colado em cada parte do dia e de mim é a maneira como você sorri levantando que nem criança o lábio superior direito e como eu gosto de você por isso e por tudo e mesmo quando é ruim e sempre quando é incrível e ainda e muito e por um bom tempo.

Tati Bernardi

O lado bom das coisas.



Amo tudo que afunda a cara na lama da vida crua e consegue arrancar o belo desse mergulho. 

Caio fernando de abreu

Nova vida, novo rumo. Me desejem sorte



Esqueci o endereço daquela tristeza que estava arrastando minha alegria pra longe. Deixei a angustia desnorteada no meio do caminho, devolvi a solidão que não era minha, mas estava comigo, arranjei um espaço para montar meu altar de boas lembranças e de confianças em dias melhores. Agora neste novo ambiente, só cabem poesia, otimismo, fluidez, paz e um aconchego gostoso pros melhores amigos. Dia desses, escutei que não posso mudar a direção dos ventos, mas posso adequar minha vela.

Marla de Queiroz 

Tão imenso, quanto.



E ela tinha um sorriso imenso , do mesmo tamanho de sua dor .

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vale tudo pra disfarçar a dor.




Maquiagem bem feita, um cabelo bem arrumado e o coração remendado. Ótimo, ninguém vai suspeitar.
 
 — Tati Bernardi.

Exigente.




“O problema sou eu. Eu sempre quis mais do que você podia me dar.”

- Clarissa Corrêa

Ame-se, não mendigue amor dos outros.


 
 
Não forçamos a presença de um amor, não lutamos pelo que não possuimos.
O que é realmente nosso não necessita de lutas, de desgastes, de jogos, o que é nosso nos pertence de forma simples e natural.
Declare o seu amor, diga todos sentimentos que aquela pessoa lhe desperta sempre que se faz presente. Indiferente ela não ficará, mas se isso não for suficiente pra que ela fique com você, encontre formas de seguir, encontre formas de esquecer.
Não fique forçando a barra, alimentando ilusões e criando situações que possam vir a magoa-la mais tarde.
Sabemos quando somos amadas, sentimos quando somos desejadas, então se por algum momento você sentir que esse amor a quem você tanto tem se dedicado não a tem correspondido, hora de arrumar os sentimentos e seguir um novo caminho. Sem magóas, sem rancor, apenas com a certeza de que algum dia encontrará alguém que a mereça.

Um outro amor poderá surgir, mas antes que surja outro amor, terà provado o maior amor de todos que é o “Amor Próprio.”

IMELDA SITOLE

Ler é o alimento da mente.




“Milhares de pessoas acreditam que ler é difícil, ler é chato, ler dá sono, e com isso atrasam seu desenvolvimento, atrofiam suas ideias, dão de comer a seus preconceitos, sem imaginar o quanto a leitura os libertaria dessa vida estreita. Ler civiliza.”
 
Martha Medeiros

Sair, procurar a felicidade em algum lugar da estrada.




Às vezes dá vontade de sair pelo mundo, sem direito a carta de despedidas, sem muita bagagem, sem nenhum porta retrato que nos lembre qualquer rosto, arrumar o essencial e partir. Bater a porta, sem nada que nos prenda, nada que nos faça voltar atrás.
Correr pela rodoviária, e apanhar o último comboio, ir olhando a paisagem pelo caminho sem nenhuma lembrança, sem nenhuma saudade, sem nenhum sentimento especial, aquele raro sentimento de não se sentir parte de nada, de ninguém.
Por vezes dá vontade de fazer daquelas viagens que não sabemos quando voltaremos, pra onde iremos, mas sabemos que encontraremos um lugar que nos acolha, nos permita ficar, nos ofereça silêncio.
E retonar um dia, porque está na essência do homem a necessidade de regresso as raizes, da volta à casa.
Mas voltar mais curada, mais crente, mais em paz, disposta a enfrentar melhor os dias.

IMELDA SITOLE

Olhe pra você tambem.




“Não se sinta culpado por pensar em si mesmo. Cuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano."
 
Martha Medeiros

Não adianta mudar só por fora.




“Ela mudou as roupas, o modo de andar, pintou o cabelo, passava mais maquiagem, mudou o jeito de pensar de falar e até de agir, mudou seu jeito, mudou tudo, só pra disfarçar o que não havia mudado ainda, o coração.”
 
— 400 histórias pra contar.

Querer quem me quer, e só.




“Eu não preciso de ninguém que não queira estar comigo.”
 
— Gossip Girl

Mantra.



“Seja firme, tenha determinação imperturbável. Não cometa um erro ou dê um passo em falso e depois se arrependa. Seja muito consciente, fiel a sua determinação todos os dias. Antes de agir, delibere e tome uma decisão. Isso é melhor do que dar um passo inadequado, lamentar e perder o caminho. No Mahabharata, Arjuna teve a clarividência de parar e pensar sobre as consequências da guerra, mesmo antes da batalha começar. Então, pediu ao Senhor Krishna para aconselhá-lo e orientá-lo. Por isso, dê cada passo na prática espiritual, ou nas questões do seu dia-a-dia, somente após profunda deliberação e tendo a certeza de que isso será para o seu bem e bem-estar. Raciocine, tenha discernimento; não se apresse nas conclusões ou seja levado por meros boatos.”

Sathya Sai Baba  

Repita muitas vezes pra dar certo.




“Só as coisas boas deveriam modificar o nosso dia. As ruins deveriam cair e quebrar o salto. Quando uma coisa ruim acontecer, pense na quantidade de pequenas coisas boas que aconteceram. É difícil, eu sei. Mas acho que é na base da repetição, na marra, no melhor estilo mantra que a gente aprende. Tudo-ficará-bem-tudo-ficará-bem. Repita quando acontecer algo ruim. Repita muitas vezes.”
 
— Clarissa Corrêa

Sou intensa.




Se eu gosto, gosto como você é, mesmo que você seja chato de vez em quando. Se eu quero, quero mesmo, mesmo que todos digam para não querer.”
 
— Clarissa Corrêa.

Ve se sorri um pouco, então.




“Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas.”
 
— Charles Chaplin

Há males que vem para o bem.



“À propósito, te agradeço. Não por ter me magoado e ido embora como se nada tivesse acontecido, mas por ter me ensinado a ser mais forte. E menos tola.”
— Tati Bernardi.

O que foi, e o que não foi dito.




"Os tais sinais. Ansiedade fora de hora, mudez estranha, olhar perdido, mudança no jeito de se vestir, olheiras e bocejos de quem dormiu pouco à noite: aí tem. Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns. Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia. Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo. Se ele está carinhoso demais, é porque não quer que você perceba que está com a cabeça em outra. Se manda flores, é porque está querendo que a gente facilite alguma coisa pra ele. Se vai viajar com os amigos, é porque não nos ama mais. Se parou de fumar, é uma promessa que ele não contou pra você. Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem.
O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu. Pode estar mais carinhoso porque conversou sobre isso na terapia e pode estar mais produzido porque teve um aumento de salário. Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente?"

Martha Medeiros

Boa solidão.




"Solidão só dá prazer na medida em que sabemos que ela é uma escolha. Solidão só dói quando é inevitável"
 
Martha Medeiros

A tristeza é comum.




“A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.”
 
Martha Medeiros

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

valorize-se



‎"Ele não ligava, nem mandava mensagem durante semanas. Mas tinha uma mania sacana de aparecer quando ele já tava quase desaparecendo da minha cabeça. Era carência, tava na cara – e faltava vergonha na minha, porque eu sempre acabava cedendo. Não me dava valor e ainda ficava indignada por ele não dar também. Eu aceitava ser a última opção e ainda tinha a cara de pau de espernear e choramingar por ai...
Usando a maldita frasezinha clichê de que nenhum homem presta. Claro que ele não ia prestar, pra que prestar com alguém que transpirava falta de amor próprio? Ninguém ama quem não se ama, ninguém respeita quem não se respeita – doloroso, mas verdadeiro. E quando você não tá na onda de ser amada, ta tranquilo - um supre a carência com o outro e fim de papo. Mas eu tava afim de sentimento, tava super na onda de mãozinha dada e ligação de madrugada só pra ouvir um ''tava pensando em você''. E claro que ele não ligava, a gente quase sempre só pensa ant
es de dormir em quem causa aquele nervosinho de incerteza dentro do nosso peito – e eu tava sempre ali, um poço de certezas, não tinha porque ele pensar. Muito menos ligar. E foi ai que eu mudei. Parei de aceitar o último pedaço do bolo, se o primeiro pedaço não fosse pra mim, eu simplesmente ia embora da festa – não me servia mais. E olha só que mágico, ele nunca me chamou pra tantas festas e nunca vi alguém me oferecer tantos pedaços de bolo – a mágica só não foi tão boa porque eu simplesmente não queria mais. Não queria mais mágica, não queria mais bolo, não queria mais ele. Quando a gente passa a se valorizar a gente consegue enxergar nitidamente quanto os outros valem – e ele valia tão pouco, desencantei. Peguei meu coração e coloquei ele lá no topo de uma árvorezinha danada de alta, e vou te falar, nunca vi tanta gente disposta a escalar – homem adora um desafio. Pois bem, que vença o melhor!"

Lembro.




Lembro de sentir um medo enorme. Vou, não vou? Lembro da mistura de ansiedade com algum sentimento sem nome ou explicação. Eu sabia e não sabia. Não sabia e tinha medo de descobrir. Lembro de sentir um frio na barriga, de pensar em desistir, de tomar Smirnoff Ice e dois chopps. Lembro de cuidar a hora, de sentir o atraso andar rapidamente e de achar uma pequena brecha, desculpa ou seja lá o que for pra ir embora. Lembro de sorrir de vergonha, de não saber o que fazer com as mãos, de falar daqueles 15 minutos intermináveis e deixar claro que eu ia, sim, embora. Lembro de tudo isso desaparecer no momento em que olhei no fundo do teu olho. Lembro de ter perguntado se teus olhos eram verdes, a sala ficando escura. Lembro de agarrar forte a bolsa, da luz apagar completamente, da gente ir conversando mais perto, sentindo o calor um do outro. Eu lembro de muitas sensações que me amordaçavam e embaralhavam docemente o meu estômago. Lembro de sentir uma mão na minha, de um carinho bom e de um quê de segurança. Lembro de chegar perto, de ouvir teu coração. Lembro de, a partir daí, esquecer de lembrar de alguma coisa. Lembro da tua boca suave, da tua língua quente, da tua pele com cheiro bom, do teu beijo na testa, do nosso abraço. Lembro de ficarmos abraçados, como se aquele momento fosse virar eternidade. Um pré-roteiro, uma pré-história. Fixação de um sentimento. Eu lembro.
Lembro da mensagem que eu recebi, da sequência absurdamente deliciosa de e-mails, das euforias tranquilas dos primeiros encontros. Do pedido de namoro, dos primeiros segredos e confissões. Eu lembro de sentir medo, lembro de pensar em desistir. Lembro de saber que eu nunca mais seria a mesma, que a minha vida mudaria, que eu reencontraria parte de mim e me apresentaria a uma Clarissa nova ou velha, quem sabe? Lembro de conhecer o significado do amor, do sexo, da vida, do encanto. Porque amar é se encantar com pequenas coisas, coisas pequenas que se juntam e ficam compridas.
Lembro de relaxar, de seguir um conselho sábio e me atirar do precipício. Lembro de ter um homem cheiroso e barbudo, com um abraço que é casa e com um olhar que faz tudo de ruim desaparecer, estar lá embaixo me esperando, só pra me segurar com braços acolhedores. Lembro de sentir uma dor estranha por achar que tudo, um dia, pudesse desaparecer. Lembro de um eu te amo que ouvi, numa manhã, ao acordar. Foi e vai ser sempre o eu te amo mais bonito que já saiu da tua boca. Lembro da tua boca bonita dizendo pra eu não sentir medo, pra confiar no teu sentimento. Lembro de tentarem fazer com que eu atirasse o nosso amor bonito pelo ralo.
Eu lembro, amor. De tudo, cada passo que a gente deu para as diversas direções que já fomos. Lembro das brigas também. Lembro de pensar que o amor é perfeito, que bobeira, o amor é pura imperfeição. Perfeitos só os casais do comercial da Becel (sem sal), te disse isso ontem enquanto estávamos deitados, com os olhos vermelhos de chorar por um desentendimento bobo. A maioria deles foram bobos, parte deles virou piada. Lembro da gente não deixar o silêncio e o mal resolvido virarem mágoas e rancores. Lembro de esquecer tudo com um abraço. Lembro de uma vez te dizer pra pensar em como seria a vida sem mim. Lembro de ter ouvido que a situação foi pensada. Lembro disso ter me doído, porque essas coisas machucam fundo a gente. Lembro de ter me arrependido de coisas que eu disse, lembro de pedir desculpas, lembro que algumas coisas a gente não esquece, amor.
Lembro de já ter ficado triste por te deixar triste. Lembro de me sentir mal com isso. Lembro dos momentos em que a gente foi bobo e feliz. Lembro que sou feliz a maior parte do tempo, pelo simples fato de você existir em mim. Lembro de descobrir que um sentimento não serve para ser dito, como coisa que fica bem em filme ou texto, ele tem que ser vivido de forma plena. Lembro de não conseguir me permitir sentir tanta felicidade assim. Lembro da tua mão, que sempre acha a minha. Lembro dos teus dedos, que sempre me fazem carinho. Lembro da tua boca, que sempre me acalma. Lembro do teu rosto de menino, que me olha como se ainda fosse aquela primeira vez. Lembro de cada coisa que descubro, manias, gestos, pensamentos.
Lembro dos nossos planos, conversas em tardes ou noites, sonhando com algo que a gente batizou de Futuro. Lembro que os quadrinhos da Coca são teus e que eu vou comprar a televisão. E, eu sei, ela tem que ser e-nor-me. Lembro do nosso manjericão dodói e dos nossos filhos verdemente apeluciados. Lembro do nosso plano de um dia ter um cantinho, uma casinha pra chamar de nossa. Lembro dos nossos projetos de viajar, conhecer lugares, aproveitar cada canto do mundo. Lembro que um dia o Oscar vai chegar pra encher a nossa vida de lambidas e pelos. Lembro que um dia um bebê branquinho, loirinho e de olhos claros, lindos como os teus, vai chorar no meio da noite e um de nós vai ter que levantar. De todas as realidades por mim sonhadas, você é a melhor. De todos os meus sonhos, você é o mais real. Eu poderia passar 23 eternidades te vendo dormir, de tão bonito que você dorme. Aprendo com você todos os dias, sei que ainda existe muito mais. E toda a vez que eu olho fundo no teu olho, eu penso nossa, eu amo esse homem, é com ele que eu quero passar o resto da minha vida. Quero que ela seja longa, muito longa, só pra poder ficar mais tempo ao teu lado.

  Clarissa Corrêa .

Sempre estarei aqui.




“Apesar de tudo, eu nunca desisti, talvez tenha me ferido um pouco, acontece, a gente se decepciona, mas, veja bem, se parar pra perceber, mesmo ferido, eu estava lá, eu tinha que estar lá, não sei o porquê, talvez, por causa de tudo.”
 
— Orquestrando.

Quem perdeu não foi eu.




“Depois que você foi embora, confesso que fiquei triste como sempre. Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como eu e, ainda assim, não deixaria de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.”
— Tati Bernardi.

O amor é uma tentativa eterna.




[...] E o amor?, você me pergunta. O amor, ah, sei lá. O amor nem dá pra definir direito. Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos. Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois. Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar pra cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz. É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-pra-ele. É não querer mais ninguém pra dividir as contas e somar os sonhos. É querer proteger o outro de qualquer mal. É ter vontade de dormir abraçado e acordar junto. É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúme, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. Acho que o amor não é o caminho mais fácil, pois mais fácil seria dizer a-gente-não-se-entende-a-gente-não-combina-tchau-tchau. O amor é uma tentativa eterna. E se você topar entrar nessa saiba que o amor encontrou você. Seja gentil, convide-o para entrar.

  Clarissa Corrêa .

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sozinha, comigo mesma.



“Poderia eu passar horas perdida em pensamentos meus. Com fios de cabelos perdidos entre os lençóis. Tão inquieta. Ora de um lado, ora de outro. Trocar cabeça pelos pés. Assustar-me com alguns dos pensamentos mais obscuros que se passam em minha mente. Eu gosto de ser deixada sozinha, meu caro. Desculpe-me se parece complicado para você entender. Não pense que é loucura. É vontade de pensar, de conversar comigo mesma. Mal sabe o quão bons são meus longos diálogos… Eu quero ficar por aqui. Quieta, entre as quatro paredes do quarto. Só meu corpo e minha mente. Novas pessoas vão chegando em minha vida, mas eu não as deixo entrar. Eu barro a porta, ignoro ligações, fujo de encontros… Eu tenho medo, amor. Medo de ser deixada outra vez. O celular descarregou e eu o deixei assim, fechei as janelas e a porta. Tornei-me incomunicável, estou trancada em mundo só meu. Sabe-se lá por quanto tempo será… Talvez esteja à espera de alguém que invada a minha vida. Alguém que note que estou apagada atrás dos sorrisos. Que olhe verdadeiramente no fundo dos meus olhos e veja que me sinto só. Ando esperando um abraço sem palavras, um conforto.”

Caio Ferando Abreu

Aceitar.




Que aceitemos em paz que algumas pessoas devem seguir um caminho diferente do nosso.
È necessário aceitar os nossos limites, compreender que o fim por vezes chega quando menos esperamos e desajamos , e parar de perseguir o que não nos pertence, deixar partir.
Deixar partir enquanto ainda podemos guardar boas recordações.
Entender que por vezes desistências são vitórias.
E deixar que o tempo cure, faça esquecer, e nos ajude arrumar os sentimentos.

Que não julguemos o amor porque alguém não correspondeu com nossas expectativas.
Que o nosso coração recomponha-se sempre dos tropeços da vida, e que ele não se torne duro, descrente, sem luz.
E que permita sempre a chegada de novos inquilinos, que voltem a colorir o nosso mundo.


IMELDA SITOLE

A pior das mortes.



“É a pior morte, a do amor. Porque na morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo, não existe mais o que existia antes. É uma morte experimental.”
 
 

Apesar dos apesares.


"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem."

Caio F. Abreu


Queira-me



Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer "Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal." E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem.

Verônica H


Sou uma menina.



"Escova no cabelo todos os dias, lápis nos olhos, perfume de morango. Eu sei, eu sei, a paixão é ridícula. Sei que não cumpro o que prometo com olhares de mulher. Pois é, eu sou uma menina. Surpreso? Eu não."

Tati Bernadi

Não se deixe levar.


Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda.

Caio Fernando de Abreu