sábado, 25 de fevereiro de 2012

Cicatrizes.


Um menino tinha uma cicatriz no rosto, as pessoas do colégio não falavam com ele nem sentavam ao seu lado, na realidade quando os colegas do colégio o viam franziam a testa devido a cicatriz ser muito feia… Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não frequentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria do colégio. A diretoria ouviu e chegou a seguinte conclusão: Que não poderia tirar o menino do colégio e que conversaria com o menino pra que ele fosse o ultimo a estrar em sala de aula e o primeiro a sair, desse forma nenhum aluno via o rosto do menino, a não ser que olhassem pra trás. O professor achou magnifica a ideia da diretoria, sabia que os alunos não olhariam mais pra trás. Levado ao conhecimento do menino da decisão ele prontamente aceitou a imposição do colégio, mas com uma condição: que ele compareceria na frente de todos os colegas do colégio, para dizer o porque daquela CICATRIZ. A turma concordou e no dia seguinte o menino entrou e dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar: – Sabe turma, eu entendo vocês. Essa cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri:- Minha mãe era muito pobre e pra ajudar na alimentação da casa ela passava roupa pra fora… eu tinha por volta de 7 ou 8 anos de idade…(A turma tava em silencio atenta a tudo…) o menino continuou: – Além de mim, tinha mais 3 irmãozinhos um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha de apenas alguns dias de vida..(SILENCIO TOTAL NA SALA). Foi aí que não sei como a nossa casa que era simples e toda de madeira começou a pegar fogo.. minha mãe correu ate o quarto em que estávamos, pegou meu irmão de 4 anos o de 2 anos e eu pelo braço e nos levou pra fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira pegavam fogo e estavam muito quentes… minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e pediu que eu ficasse ali ate ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar a casa e pear a minha irmãzinha que ainda ficara no quarto em chamas.. só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam ali não deixaram minha mãe pegar minha irmãzinha e via minha mãe gritar: “minha filha esta la dentro”! Vi no rosto da minha mãe o desespero, o horror e ela gritava, mas aquelas pessoas não deixavam minha mãe buscar minha irmãzinha. Foi aí que decidi: Deixei meus irmãos e disse-lhes que não saísse de la ate eu voltar, sai entre as pessoas e sem que eles percebessem eu entrei na casa… Havia muita fumaça, estava tudo muito quente,mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei ao quarto la estava ela enrolada num lençol e chorava muito. Nesse momento vi alguma coisa caindo e então me joguei sobre ela pra protege-la e aquela coisa quente tocou no meu rosto. (a turma estava quieta, atenta ao menino e envergonhada) então o menino continuou: Vocês podem ate achar essa CICATRIZ feia, mas tem alguém la em casa que a acha linda e todos os dias quando eu chego, ela minha irmãzinha a beija porque sabe que a marca do AMOR.

Pra você que leu essa historia ate o fim, queria dizer que o mundo esta cheio de cicatrizes. Não falo da cicatriz visível, mas das cicatrizes que não se veem, estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas, seja com palavras ou ações. Ha aproximadamente 2000 anos JESUS CRISTO adquiriu algumas cicatrizes nas mãos, pés, corpo e cabeça. Essas cicatrizes eram nossas, mas Ele nos protegeu e morreu em nosso lugar e ficou com todas aquelas cicatrizes. Essas também são marcas DE AMOR.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Me deixe te amando?



Não quero que você me faça chorar. Não quero que você seja um motivo ruim na minha vida. Você é motivo de sorrisos, razão pra eu acordar num dia de chuva e tomar banho e mudar de roupa porque eu sei que você vai passar aqui, vai trazer algo congelado pra gente ver ser aquecido no forno e comer enquanto falamos bobagens. Não quero te odiar. Não quero falar mal de você pros outros. Quero falar mal de você como quem ama: -“Pois é, ele nunca lembra de desligar o celular antes de dormir “. Sabe. Eu quero dizer isso. Que o máximo de irritação que você me provoque é me acordar de manhã cedo falando bobagens que parecem ser importantes no celular. Não quero que você me largue. Não quero te largar. Não quero ter motivos pra ir embora, pra te deixar falando sozinho, pra bater o telefone na sua cara. E eu não tenho medo que isso aconteça (eu nunca tenho), eu fiz isso com todos os outros. Só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente. Dessa vez, com você, eu queria que desse certo, que eu não te largasse no altar. Que eu não te visse com outra. Que eu não tivesse raiva. Que você gostasse e cuidasse de mim como disse que cuidará. Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem, nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga ou sorri pra mim. Mesmo que você apareça na porta de outras pessoas depois de me deixar. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando, é só o que eu peço. 

— Tati Bernardi

Nossos dois lados.


Uma noite, um velho Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas. 

Ele disse: 
- ‘Meu filho, a batalha é entre dois ‘lobos’ dentro de todos nós. Um é Mau: é a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o desgosto, a cobiça, a arrogância, a pena de si mesmo, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, as mentiras, o orgulho falso, a superioridade e o ego. 
O outro é Bom: é a Alegria, a Paz, a Esperança, a Serenidade, a Humildade, a Bondade, a Benevolência, a Empatia, a generosidade, a Verdade, a Compaixão e a Fé. 

O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu Avô: 

- ‘Qual o lobo que vence’? O velho Cherokee simplesmente respondeu: 

- ‘O que você alimenta’. 

O que mais se pode fazer?



Pobreza no amor é oferecer tudo o que se tem e nunca ser suficiente. 
Carpineja

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Não sei exatamente em que momento comecei a despertar.


Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que tudo começou a ganhar uma cara que, no fundo, eu já conhecia, mas havia esquecido como era. Comecei a despertar do sono estéril que, com suas mãos feitas de medo e neblina, fez minha alma calar. E foi então que comecei a ouvir o canto de força e ternura que a vida tem. 
Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que ninguém começa a despertar antes do instante em que algo em nós consegue deixar à mostra o truque que o medo faz. Só então a gente começa, devagarinho, para não assustar o medo, a refazer o caminho que nos leva a parir estrelas por dentro e a querer presentear o mundo com o brilho do riso que elas cantam. Só então a gente começa a entender o que é esse sol que mora no coração de todas as coisas. Não importa com que roupa elas se vistam: ele está lá. 
Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que comecei a lembrar de onde é o céu e a perceber que o inferno é onde a gente mora quando tudo é sono. Comecei a sair dos meus desertos. E a olhar, ainda que timidamente, para todas as miragens, sem tanto desprezo, entendendo que havia um motivo para que elas estivessem exatamente onde as coloquei. Nenhum livro, nenhum sábio, nada poderia me ensinar o que cada uma me trouxe e o que, com o passar do tempo, continuo aprendendo com elas. Dizem que só é possível entendermos alguns pedaços da vida olhando para eles em retrospectiva. Acho que é verdade. 
Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que comecei a compreender o respeito e a reverência que a experiência humana merece. A me dar conta de delícias que passaram despercebidas durante um sono inteiro. E a lembrar do que estou fazendo aqui. Ainda que eu não faça. Ainda que os vícios que o sono deixou costumem me atrapalhar. Ainda que, de vez em quando, finja continuar dormindo. Mas não tenho mais tanta pressa. Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo. Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim. Eu sou a viajante e a viagem. 
Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que comecei a querer brincar, com uma percepção mais nítida do que é o brinquedo, mas também com um olhar mais puro para o que é o prazer. A ouvir o chamado da minha alma e a querer desenhar uma vida que passe por ele. A assumir a intenção de acordar a cada manhã sabendo para o quê estou levantando e comprometida com isso, seja lá o que isso for, porque, definitivamente, cansei de perambular pelos dias sem um compromisso genuíno. E comecei a gritar por liberdade de uma forma que me surpreendeu. Antes eu também gritava, mas o medo sufocava o grito para que eu não me desse conta do quanto estava presa. 
Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que comecei a desejar menos entender de onde vim e a desejar mais aprender a estar aqui a cada agora. Só sei que descobri que a solidão é estar longe da própria alma. Que ninguém pode nos ferir sem a nossa cumplicidade. Que, sem que a gente perceba, estamos o tempo todo criando o que vivemos. Que o nosso menor gesto toca toda a vida porque nada está separado. Que a fé é uma palavra curta que arrumamos para denominar essa amplidão que é o nosso próprio poder. 
Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que não importam todos os rabiscos que já fizemos nem todos os papéis amassados na lixeira, porque todo texto bom de ser lido antes foi rascunho. E, por mais belo que seja, é natural que, ao relê-lo, percebamos uma palavra para ser acrescentada, trocada, excluída. A ausência de uma vírgula. A necessidade de um ponto. Uma interrogação que surge de repente. Viver é refazer o próprio texto muitas, incontáveis, vezes. 
Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. O que sei é que não quero aquele sono outra vez. 

Ana Jácomo

Superar o passado.


"Era ainda jovem demais para saber que a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e que graças a este artifício conseguimos suportar o passado…”

Gabriel Garcia Marquez

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Me Refazer.


Toda reforma, é para fazer melhoras e, algumas coisas, por não poderem ser recuperadas, terão de ser substituídas.(…) Pois estou tão disposta às reformas, mesmo que isso inclua marretadas no meu coração logo pela manhã, bem cedo. A gente, quando enjoa da dor, começa a ressignificar os acontecimentos, e percebe que se agarrar a um momento bom, acelera o processo de cura. Tenho tido bons momentos e todos os dias Deus me dá uma alegria que ameniza qualquer desespero. Paciência deve ser o meu aprendizado agora…Aceito e agradeço

Marla de Queiroz

As virtudes de um amor dolorido.


"Amar dói tanto que você fica humilde e olha de verdade para o mundo, mas ao mesmo tempo fica gigante e sente a dor da humanidade inteira. Amar dói tanto que não dói mais, como toda dor que de tão insuportável produz anestesia própria..."

Tati Bernadi

Ele nem sabe, mais cresci.


Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.

Marla de Queiroz

Renove-e


Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.

Caio Fernando de Abreu

Azar o seu!



Se me prender demais eu fujo, se me deixar solta demais, azar o seu.

Tati Bernadi